O secretário executivo da CIRGL, Zachari Muita, deixou esta preocupação hoje em Luanda, onde esteve reunido com o ministro da Defesa, João Lourenço.

O responsável da CIRGL, organização que é presidida por Angola, garantiu que continuam em curso esforços para agregar a este acordo as forças que ainda não assinaram o documento, sendo Etieene Tshisekedi e Moise Katumbi quem mais preocupações geram porque têm uma representação política no país e no Parlamento incomparavelmente superior à dos pequenos partidos que assinaram o acordo.

Zachari Muita fez questão, no entanto, de sublinhar que só o diálogo permitirá uma saída razoável desta crise em que a RDC está mergulhada, depois de o processo eleitoral, que deveria determinar a saída do poder do Presidente Jospeh Kabila no próximo mês de Dezembro, ter sido adiado, com as eleições remarcadas para Abril de 2018.

Tshisekedi e Katumbi exigem a saída de Kabila já no final deste ano e a realização de eleições presidenciais e legislativas ainda durante 2017.

"Continuamos a observar algumas diferenças que só podem ser resolvidas através do diálogo. A falta de diálogo só piora a situação", expressou Zachari Muita, citado pela Angop.

O responsável pela CIRGL, ainda segundo a agência de notícias angolana, elogiou a presidência de Angola da CIRGL "A presidência de Angola tem sido bem sucedida para a resolução de conflitos e diferendos na região".

O secretário executivo da CIRGL anunciou também a realização de uma cimeira, em meados de Dezembro deste ano, para celebrar os 10 anos de existência desta organização regional.

"O objectivo é fazermos uma auditoria e uma reflexão profunda do trabalho que desenvolvemos durante os 10 anos e os caminhos que temos de percorrer para melhorarmos ainda mais o nosso trabalho", afirmou.

Recorde-se que Joseph Kabila está impedido pela Constituição de se candidatar a um terceiro mandato e deveria sair do poder em finais de Dezembro, mas o acordo assinado em Outubro permite que se mantenha no poder por mais cerca de ano e meio.

A RDC, por causa desta situação, tem registado sucessivos momentos de tensão, alguns dos quais com dezenas de mortos como resultado de confrontos entre manifestantes e as forças de segurança.

Actualmente, ainda na sequência do acordo, a RDC tem um primeiro-ministro de transição indicado pela oposição signatária do documento.