Em causa estão dinheiros que foram prometidos pela Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), organização regional a que a Guiné-Bissau pertence, para organizar o processo eleitoral e que a CNE guineense diz que tardam em chegar.

Como em todos os processos eleitorais na Guiné-Bissau, as verbas orçamentadas no país são sempre escassas face às necessidade e é a comunidade internacional, incluindo as Nações Unidas, a União Africana, a CEDEAO ou mesmo países como Portugal, França, Holanda ou Noruega, como já sucedeu no passado, que garante o financiamento à frágil democracia deste pequeno país lusófono da costa ocidental de África.

As legislativas do próximo Domingo, explicou, citada pela Lusa, a porta-voz da CNE, não correm perigo mas a sua garantia de sucesso pode não ser a que se pretende por faltarem cerca de 400 mil dólares para financiar o processo eleitoral em curso.

Felisberta Moura Vaz especificou que o dinheiro em causa, cerca de 300 milhões de francos CFA, está destinado especificamente ao pagamento das pessoas que estão integradas no sistema organizativo no terreno, sendo que "a logística está assegurada" para que seja cumprido o cronograma eleitoral.

Segundo a Lusa, o chefe da missão da CPLP, Alberto Carlos, também abordou este assunto, chamando-lhes "constrangimentos financeiros", mas disse ter tido da parte da CNE a indicação de que há "organizações que já estão prontas para financiarem" a verba em falta.

Questionado sobre se está em causa a realização das eleições, o embaixador timorense disse que não tem informações nesse sentido.

"Temos tido vários encontros e até agora não sentimos isso, mas estamos positivos sobre a realização desta eleição", disse.

Perto de 900 mil eleitores estão recenseados para votar nas legislativas de domingo, a que concorrem 20 partidos e duas coligações.

A campanha eleitoral termina na sexta-feira.