Uma delegação dos deputados do Grupo Parlamentar da UNITA, eleitos no círculo provincial do Uige, informou que as obras confiadas à empresa ENGEVIA, num total de 153 quilómetros, foram abandonas por alegada falta de pagamento.
"Os municípios de Sanza Pombo, Buengas e Boa Esperança, destacam-se a nível da província do Uige devido à sua importância no sector agrícola", disse ao Novo Jornal o deputado Félix Simão Lucas, que coordenou a delegação.
"Fomos informados de que a empresa retirou as sus máquinas, por falta de pagamento. Com o início das chuvas, já ninguém vai circular nesta estrada que tem um papel preponderante no abastecimento em termos de produtos agrícolas para a cidade do Uige", acrescentou o parlamentar.
Nesta província, segundo o deputado, a paralisação e abandono de obras por falta de pagamento é um problema recorrente e generalizado.
Esta situação, refere, afecta tanto projectos públicos como privados, resultando no abandono de empreitadas e na denúncia de incumprimentos por parte de empreiteiras e do próprio Estado, que frequentemente falha no pagamento dos serviços.
Os camionistas que frequentam a região dizem que as más condições das estradas dificultam o escoamento de produtos e aumentam os custos do transporte, causando danos aos veículos, o que leva a maiores custos de manutenção.
"As más condições desta estrada resultam em custos mais elevados para nós, devido a reparações de veículos, maior consumo de combustível e aumento do risco de acidentes, o que eleva os custos da logística e diminui a rentabilidade", disse ao Novo Jornal o camionista Bengui Sebastião, que frequenta a estrada há mais de 15 anos.
Face à degradação da via, as pessoas que viajam para os municípios de Buengas e Boa Esperança pagam 20 mil Kwanzas, o mesmo que pagam da cidade do Uige para a capital do país, Luanda.
Uma fonte do Governo da Província do Uige, prometeu ao Novo Jornal recolher mais elementos e prestar uma informação mais detalhada sobre a retiradas das máquinas desta empreitada.
Refira-se que as obras eram previstas terminarem no prazo de dois anos, desde o lançamento, em Março de 2023, numa empreitada avaliada em maquis de 354 milhões USD.
Segundo apurou o Novo Jornal, as obras que foram executadas são as de terraplanagem de forma superficial com os fundos próprios da empresa executora.
Esta empreitada vem desde 2012, ano que se lançou a primeira pedra para à construção da via.