"Com esta declaração, o Presidente da República está a dizer que não quer oposição no País. A UNITA está preocupada com a crise social que atinge proporções alarmantes no País. A UNITA não provoca tensão política, apenas alerta o Executivo sobre os grandes desafios", referiu Evaldo Evangelista, reagindo às declarações do PR à Televisão Pública de Angola (TPA) na segunda-feira.
Na opinião de Evaldo Evangelista, a entrevista de João Lourenço não trouxe um discurso unificador, porque a UNITA tem vindo a defender que o Executivo encontre alternativas para se ultrapassar a "grave crise social", que "obriga milhares de angolanos a comerem o lixo nos contentores".
"O combate à fome e a pobreza, o acesso aos serviços básicos de saúde e educação e a oferta de emprego para a juventude fazem parte do conjunto de desafios políticos, sociais e económicos que o Governo enfrenta. Se a UNITA alerta para esta situação, não é para criar tensão política no país", acrescentou.
Evaldo Evangelista desafia a Televisão Pública de Angola, sendo um órgão de todos os angolanos, a ouvir também o presidente da UNITA para reagir a essas acusações que nada ajudam ao processo de reconciliação nacional.
O Chefe de Estado disse segunda-feira, 09, na TPA, que a UNITA "não deve provocar a tensão e depois, como remédio, vir a correr ao Palácio, conversar com o Presidente da República e está tudo resolvido".
"E, no dia seguinte, voltar a provocar a tensão política. Isto não é solução", frisou o Chefe de Estado, fazendo alusão à audiência concedida ao líder da UNITA Adalberto Costa Júnior, que recentemente foi recebido no palácio presidencial.