O analista político Osvaldo Salvador Junqueira declarou esta quarta-feira ao Novo jornal que o Presidente da República é mal aconselhado, porque na sua entrevista à TPA, ninguém entendeu se falou como Chefe de Estado ou como líder do MPLA.
"O cidadão comum não percebe se a entrevista foi feita ao Presidente de Angola ou ao presidente do MPLA", comentou.
Relativamente às candidaturas à presidência do MPLA, disse que no seio do partido no poder a democracia interna continuar a ser uma "dor de cabeça".
"É hora de os eleitores optarem por um candidato para a Presidência de Angola, que seja "um cidadão limpo e sem contestações morais, criminais e de conduta pessoal".
"Estas eleições devem ser decisivas para a alternância do poder em Angola", salientou, frisando que o País tem muitos cidadãos que reúnem estas exigências.
O activista dos direitos humanos Salmão António Rodolfo não gostou da forma como o jornalista da TPA, Ernesto Bartolomeu, conduziu a entrevista com o Presidente da República (PR).
"Ernesto Bartolomeu teve uma oportunidade de entrevistar o PR. Deveria questionar o Chefe do Estado sobre as questões que levam o país à deriva", disse, frisando que "não foi dito nada sobre a situação da cólera, por exemplo".
O economista Hélder da Cruz Luamba diz que o combate à corrupção, que foi "bandeira" do PR João Lourenço quando foi empossado em 2017, "é um fracasso".
"Os seus companheiros de trincheira no seio do MPLA bloquearam a iniciativa e vemos, de lá para cá, o Presidente João Lourenço como um homem sem sucesso neste processo que prejudica a economia do país", referiu, destacando que Lourenço vai terminar o mandato com resultados "não animadores".
"Começou muito bem, mas agora ninguém percebe. O ex-presidente da UNITA, Isaías Samakuva, tinha muita razão quando dizia que "as forças do mal" bloquearam as iniciativas do PR.
O membro do MPLA Faustino da Costa Azevedo dá razão ao presidente do partido, João Lourenço, relativamente às múltiplas candidaturas.
"A disciplina partidária já não funciona como antigamente no nosso partido. O partido tem estatutos e regras. Tudo o que diz respeito a candidaturas é resolvido num fórum próprio", defendeu, apelando aos dirigentes do partido para terem "muita calma", pois "a roupa suja lava-se em casa".
"Este não é o momento para se atirar pedras", concluiu.