Dos seis deputados, apenas um respondeu à notificação da Comissão de Mandatos, Ética e Decoro Parlamentar, enquanto os outros cinco se recusaram a fazê-lo, deixando essa responsabilidade para o Grupo Parlamentar da UNITA, que deve reagir a qualquer momento.
Por via do ofício 001750/00/A-022/GPAN/25, do gabinete da presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, datada de 28 de Abril, a que o Novo Jornal teve acesso, a líder da Assembleia Nacional orienta a comissão a proceder à instauração de um inquérito sobre a visita dos deputados da UNITA às instituições do GPL sem aviso.
Fontes da UNITA asseguram que a liderança do Parlamento está a deixar-se influenciar pelo Governo, face às críticas e denúncias feitas pelo Grupo Parlamentar, que criticou a forma desumana como são tratados os cadáveres na Morgue Central de Luanda, o que os levou a pedir explicações ao GPL a sua sede.
Segundo a UNITA, o convite da 9ª Comissão de Mandatos, Ética e Decoro Parlamentar, não tem qualquer sentido.
O maior partido da oposição considera que a acção dos deputados se enquadra no exercício legítimo da função fiscalizadora consagrada na Constituição da República de Angola e no Regimento da Assembleia Nacional.
Segundo o Galo Negro, no mês de Abril, após visitarem a morgue, os deputados deslocaram-se ao Ministério da Saúde para apresentar, à titular da pasta, a lista de preocupações que afectam o normal funcionamento da Morgue Central de Luanda, bem como sugerir medidas para a sua melhoria.
Entretanto, face à ausência da ministra da Saúde, a delegação foi aconselhada ao telefone pela própria ministra a contactar o Governo Provincial de Luanda, que superintende a Morgue.
Os deputados deslocaram-se depois ao GPL e foram recebidos pelo vice-governador para a área social, a mando do governador, e apelaram à colaboração institucional para uma advocacia junto de quem de direito, com vista à resolução dos problemas que a morgue enfrenta.
Após a ida dos deputados da UNITA à Morgue Central de Luanda, a Assembleia Nacional condenou visitas de deputados afectos à UNITA a instituições públicas sem autorização prévia da liderança parlamentar ou das entidades visadas.
Segundo o primeiro secretário da mesa da Assembleia Nacional, Manuel Lopes Dembo, a presidente da Assembleia Nacional exortou os deputados a cumprirem as regras de conduta definidas pela Constituição e pelo Regimento Interno.
Conforme o Parlamento, a acção de fiscalização conduzida pelos deputados da UNITA ocorreu sem aviso prévio, violando o artigo 26, nº 4, do Código de Ética.