Na abertura da 43.ª Assembleia Plenária do Fórum Parlamentar da SADC, esta segunda-feira, 25, em Luanda, o Chefe de Estado apelou a um exercício colectivo de introspecção "sobre as razões reais que fazem com que a nossa agenda de desenvolvimento e integração não caminhe no ritmo que todos desejamos".
Para João Lourenço, uma variável importante desta equação está na industrialização. "Nossos países são sobretudo exportadores de matéria-prima bruta, não lhes acrescentamos valor, o que representa um entrave às perspectivas de desenvolvimento económico e à criação de empregos", sublinhou o Presidente da República.
"Como consequência disso", prosseguiu, "temos um sério défice comercial, uma vez que vendemos a nossa matéria por preços irrisórios no mercado internacional e importamos produtos acabados a preços exorbitantes".
Segundo dados apresentados pelo titular do poder Executivo, "só a região da SADC contribui com 72% do grupo de metais de platina do mundo, 55% de diamantes, 41% de cromita, 26% de ouro e 21% de zinco".
Apesar disso os países da comunidade, e de África em geral, continuam a viver um paradoxo: "serem pouco desenvolvidos mas com abundantes recursos naturais".
Contra este quadro, João Lourenço defende uma redefinição de prioridades, acrescentando-se valor aos recursos preciosos africanos através da industrialização e maximizando-se os benefícios da exportação de produtos acabados.
"Faz por isso sentido, que a SADC tivesse revisto e reorientado seu Plano Estratégico Indicativo Regional de Desenvolvimento (RISDP) complementado pela Estratégia de longo prazo de Industrialização da SADC. Esperamos que a referida Estratégia e Roteiro de Industrialização resulte, para que a Região e nossos respectivos países beneficiem de maior oferta de bens e de emprego, reduzindo a pobreza e a fome", concluiu o Chefe de Estado.