Num vídeo publicado na sua página oficial, Massanga Savimbi começa por falar da sua história intrinsecamente ligada ao partido fundado pelo seu pai e do ambiente político que levou ao Projecto de Muangai, onde a UNITA assenta os seus ideais e desígnios históricos.
Mas depois rapidamente vai ao que o move nesta candidatura que terá pela frente o actual Presidente do partido, Adalberto Costa Júnior: "Declaro a minha prontidão de concorrer ao cargo de Presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA)".
Na mesma toada, Rafael Massanga Savimbi diz que quer "promover e reforçar a coesão" da UNITA e "reafirmar a sua identidade político-ideológica, preservar a sua independência política e congregar a sociedade civil e todas as Forças Vivas da Nação, com o objectivo de garantir um futuro melhor para todos!".
Dirigindo-se aos delegados do Congresso de Novembro, depois de uma sucessão prolongada de ocasiões em que fez e desfez a possibilidade de ser candidato, tendo sublinhado por um longo período que estava a ponderar se daria esse passo que o pode colocar no lugar que já foi do seu pai.
A quem se refere em termos elogiosos, sublinhando a sua "liderança heroica e histórica" do mesmo atravessando "momentos de incerteza" mas conseguindo "transpor o rubicão incólume", lembrando os seus sucessores iniciais, como Paulo Lukamba Gato por breves momentos e depois a realização do IX Congresso Ordinário que elegeu e legitimou uma nova liderança encabeçada por Isaías Samakuva.
Fala ainda dos anos de liderança do "Mais Velho" Adalberto Costa Júnior, sublinhando que este "prosseguiu o trabalho dos seus antecessores, preparou e liderou o Partido para disputar as eleições gerais de 2022".
"Para todos estes ilustres filhos de Angola e defensores incansáveis da Causa Patriótica da UNITA, dirijo palavras singelas de sincero e profundo reconhecimento, respeito e apreço, pela sua entrega, dedicação, determinação, coragem e patriotismo", aponta.
Mas, para responder aos desafios do futuro e "respondendo a vários apelos" que encorajaram a sua candidatura, lembra que chegou a sua hora, anunciando a candidatura com "consciência de que os resultados da luta da UNITA nunca foram um acaso, mas fruto de um trabalho de equipa, de abnegação, de coesão e unidade, de tomada de decisões certas nas horas certas e da acção concertada de todas e todos os seus filhos."
Neste discurso inicial já como candidato, cuja abertura oficial do calendário para o efeito começa esta semana, lembrou o diz ter "falhado redondamente" na governação destes anos do MPLA que "sufocou a vida dos cidadãos".
"Passados quase 50 anos desde a independência e governados pelo mesmo partido, os angolanos dizem basta! Basta deste mesmo partido, do mesmo sistema, das mesmas pessoas e das velhas práticas. Assim, voltam-se mais uma vez para a UNITA como força alternativa", diz, acrescentando que o Congresso "pode representar uma viragem histórica".
Isso, porque "abre portas e oportunidades para definitivamente realizarmos a tão almejada alternância política e, unidos, construirmos um futuro melhor para todos! A nossa candidatura à liderança do Partido é também a voz de uma nova geração. Uma geração que cresceu com as marcas da guerra, mas que traz a ousadia da paz e da inovação", aponta.
E acrescenta carregar consigo "o legado de coragem, disciplina e visão estratégica dos meus ancestrais, mas também a responsabilidade de actualizar esse legado ao século XXI, com ideias novas, modernas e ajustadas ao tempo presente".