O hospital já criou uma comissão de inquérito, mas desmente a versão do casal afirmando que não houve qualquer troca de recém-nascidos, e que o casal se recusa a receber a sua criança, que nasceu com uma má formação congénita

O Ministério da Saúde, através do seu gabinete de inspecção, acompanha com preocupação o assunto. Enquanto isso, o recém-nascido, que o casal nega ser seu filho, continua sem progenitores desde que nasceu, há quase um mês, no Hospital Geral de Luanda.

O casal exige que o hospital faça um teste de DNA para certificar a paternidade da criança.

Em declaração ao Novo Jornal, o casal contou que a mulher deu entrada no Hospital Geral de Luanda no dia 18 de Novembro, em estado crítico, e foi submetida a uma cirurgia.

Segundo a mulher, após a cesariana, foi-lhe colocado por uma médica assistente o seu bebé ao colo e diz ter visto bem a fisionomia do menino, mas que depois foi para a sala de observação, e a criança foi levada para outra sala.

O marido diz que recebeu do hospital uma ligação, às 21:00 do dia 18, em que foi informado que a mulher deu à luz um menino e que ambos estavam bem.

Conta que no dia 19 foi ao hospital e conversou com a esposa, ficando a saber que o bebé estava bem, mas ainda não lhe tinha sido entregue.

O homem disse que procurou saber do hospital sobre o bebé, mas não conseguiu vê-lo no dia 19, por falta de cartão.

"No dia seguinte, dia 20, assim que levei alimentos para a minha mulher, também não me conseguiram entregar o bebé pelo mesmo motivo, falta de cartão", contou.

Segundo o marido da parturiente, no dia 21 de Novembro recebeu uma ligação da esposa a dizer-lhe que recebeu alta médica, pedindo-lhe que a fosse buscar.

Já no hospital, com a alta médica, foi procurar o recém-nascido e foi-lhe mostrado o seu filho, conta, afirmando que ainda recebeu críticas dos enfermeiros por não ter visitado durante três dias o seu bebé.

O homem disse ainda que se emocionou ao ver o seu filho, com 2.600 kg, e muito saudável e assegura que as características do bebé que lhe foi mostrado correspondem exactamente ao que a esposa descreveu. Ao Novo Jornal, contou que só não o levou no mesmo dia porque o bebé ainda não tinha alta médica.

"Quando voltei eram já 18:00 e fui informado que não era possível receber o bebé àquela hora", contou.

Como não lhes foi entregue naquele dia, a esposa também decidiu passar a noite no hospital para sair com o seu bebé no dia seguinte.

Já no dia 22, sábado, para surpresa do casal, o hospital entregou-lhes uma criança que, segundo contam, não era a mesma que antes viram, e, segundo o queixoso, o bebé que tinham como filho estava na sala, mas a equipa medica disse-lhes que não era aquela a sua criança.

"Vi no berço o bebé que me foi apresentado dias antes. Simplesmente não aceitaram dar-mo e insistiram que era o que estava na incubadora", desabafou

Uma fonte do Ministério da Saúde junto da comissão de inquérito aberta, contou ao Novo Jornal que nunca houve trocas de bebés e que a criança que está no hospital, com má formação congénita, é mesmo filho do casal.

O casal recusa-se a aceitar e diz ter já contratado um advogado para tratar do assunto, exigindo do hospital a realização de um teste de DNA.

Sobre ao assunto, o Novo Jornal contactou o hospital que não aceitou prestar declarações por alegadamente ter uma comissão de inquérito aberta.