Os israelitas do Tahal Group International BV (TGI-BV), em parceria com a angolana ZRB, assinaram um contrato de 370 milhões de dólares norte-americanos, o mais importante de sempre para este grupo do Médio Oriente, com a estatal angolana Gesterra S.A., para a gestão, durante sete anos, de um projecto de desenvolvimento agrícola a escassos 70 quilómetros de Luanda.

O TGI-BV é uma subsidiária da Kardan NV, holding criada nos anos de 1990 para operar nos mercados emergentes, preferencialmente nas áreas do imobiliário e no fornecimento de equipamentos de irrigação, e a Gesterra S.A. é uma sociedade anónima de capitais públicos para a gestão de terras aráveis, criada há cinco anos e tutelada pelo Ministério da Agricultura, desenvolvimento Rural e das Pescas (MINADERP).

O objectivo desta parceria entre a Gesterra e os israelitas da Tahal é de atingir uma produção de 60 mil toneladas de produtos agrícolas anualmente, para consumo interno, constituindo um passo importante para a segurança alimentar nacional e a diminuição das importações.

A Tahal parte para esta empreitada em parceria com a ZRB, uma empresa de capitais angolanos que opera sensivelmente nas mesmas áreas da gestão de projectos agrícolas, entre outros, fazendo parte do acordo assinado com a Gesterra a extensão do projecto no fim dos sete anos iniciais, por mais cinco anos.

O início desta empreitada, segundo o site de notícias económicas israelita Globes, é imediato e a Tahal prevê obter os primeiros rendimentos já no final deste ano.

Este acordo entre a Tahal e a ZRB tem por pressuposto a responsabilidade pelo fornecimento de equipamentos essenciais à operacionalização do projecto da Quiminha, a cerca de 80 quilómetros de Luanda, escolhendo as equipas necessária à sua implementação, pagando as correspondentes comissões à Gesterra, gestora do projecto em nome do Governo angolano.

Este projecto, centrado no município do Icolo e Bengo, tem como referência os "Moshav"s" israelitas, que são forjados a partir de cooperativas criadas em comunidades rurais onde coexistem as fazendas privadas e a colectivização dos serviços, desde a comercialização dos produtos à produção industrial ligeira, mantendo alguma semelhança com os mais conhecidos Kibutz"s.

O novo projecto vai ser desenvolvido, no entanto, numa área onde os israelitas da Tahal já operaram nos últimos anos, através de outro contrato, assinado directamente com o Governo de Luanda, no valor de 200 milhões USD, e tem à partida incluídas 300 casas e fazendas privadas de 1, 5 hectares em média, alguns milhares de hectares de terras de cultivo, um centro logístico, produção de ovos que ultrapassa os 24 milhões/ano, entre outras valias.