Estas contundentes e azedas declarações contra o Chefe de Estado angolano, feitas em conferência de imprensa, em Março, pelo agora (reconhecido) Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, podem, no limite, embaraçar uma salutar relação entre os líderes dos dois países irmãos com uma longa História de solidariedade, desde a resistência contra o inimigo comum: o colonialismo português.

Num tempo em que a linguagem política, parte da simbologia do Poder, é violentada por políticos pouco urbanizados e populistas de extrema-direita que, em busca de popularidade fácil, não se coíbem em usar expressões linguísticas indignas da acção política, Sissoco Embaló verbalizou alto e com estrondo alguns dos murmúrios internacionais (e internos também) que, certamente, o Presidente angolano bem conhece.

As afirmações do político guineense, no final de um périplo por países da sua região (Senegal, Níger e Nigéria), onde fora recebido ao mais alto nível, traduzem uma certa imagem externa de Angola, incluindo dentro do próprio continente.

O actual Chefe de Estado guineense respondia à condenação, dias antes, por Angola, na voz do seu chefe da Diplomacia, das "tentativas de assunção do poder por meios não constitucionais", a propósito da tomada de posse simbólica como Presidente por parte de Sissoco Embaló e a nomeação de um novo Governo, à margem dos preceitos constitucionais do país, quando o conflito pós-eleitoral já se arrastava há mais de três meses.

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