O Chefe de Estado destacou o apoio cubano durante a invasão de Angola por forças estrangeiras, depois da independência nacional em 1975

"Juntos, lado a lado, vencemos essas batalhas. Mas a solidariedade de Cuba não foi só com o povo angolano, abriu porta para a Namíbia proclamar a sua independência e abriu a porta para a África do Sul constituir o primeiro Governo democrático", afirmou.

João Lourenço aceitou o convite para uma visita oficial a Cuba para participar da Cimeira do Grupo dos 77+China, em Havana, entre os dias 15 e 16 de Setembro, destacando a importância da cooperação bilateral entre Angola e Cuba e manifestando que "estes laços históricos devem ser consolidados".

"Estamos bastante satisfeitos com este grande resultado da nossa cooperação bilateral, por isso devemos mantê-la, conferindo-lhe um novo paradigma em que devemo-nos concentrar no intercâmbio especializado de alto nível em áreas críticas do saber para que contamos uma vez mais com a vossa colaboração e solidariedade", destacou João Lourenço.

O Presidente angolano destacou o papel dos profissionais de saúde cubanos, que durante um período considerável asseguraram o funcionamento das unidades hospitalares de todos os níveis e em todo o território nacional, enquanto o País formava os seus quadros em Angola, em Cuba e em diversos países europeus.

"Angola e Cuba desenvolveram, em pouco mais de quatro décadas de relações bilaterais, um vasto leque de acções, com realce para as realizadas nos sectores da Saúde, Educação e Ensino Superior, Defesa, Turismo, Transportes, Desporto, Comércio e Indústria", disse, acrescentando que Angola continua a olhar para as relações com Cuba não só na perspectiva histórico-cultural, mas sobretudo na perspectiva do desenvolvimento mútuo.

João Lourenço voltou a defender o fim do embargo económico a Cuba, solicitando a retirada das medidas unilaterais e as sanções aplicadas ao povo cubano.

Angola e Cuba assinaram, esta segunda-feira, no Palácio Presidencial, na Sala de Tratados, três acordos no domínio da Cultura, Económico e Farmacêutico.

Os acordos foram assinados entre a embaixadora de Cuba em Angola, Esther Cárdenas, o ministro da Cultura e Turismo, Filipe Zau, o PCA da Zona Económica, Manuel Francisco Pedro, e a directora-geral da Agência Reguladora de Medicamentos e Tecnologias de Saúde (ARMED), Katiza Mangueira.

No quadro do programa, Miguel Mario Díaz-Canel Bermúdez tem ainda prevista para hoje uma intervenção numa Sessão Especial da Assembleia Nacional (AN).

O Estadista cubano, que se encontra em Luanda desde domingo (20) para uma visita de Estado, deixa Angola terça-feira, 22, com destino à África do Sul, onde vai participar na Cimeira do BRICS.

Angola e Cuba estabeleceram relações diplomáticas ao 15 de Novembro de 1975.

Os dois países mantêm colaboração nas áreas de defesa e segurança, saúde, educação, ciência e tecnologia.

A primeira visita de um Chefe de Estado cubano ao País ocorreu com Fidel Castro, em Março de 1977, pouco mais de um ano após a efectuada a Cuba por António Agostinho Neto, primeiro Presidente angolano.

Calcula-se que pelo menos 450 mil cubanos, entre militares médicos, professores, engenheiros e outros profissionais estiveram em Angola durante 16 anos.

À luz do Acordo Geral de Cooperação, estima-se que mais de 40 mil angolanos foram formados em Cuba, nas especialidades da agricultura, saúde, construção civil, comunicação social, educação, militar, defesa e segurança, transportes e ciências políticas, música e teatro.