Depois de muitas polémicas e dúvidas sobre se deveria ser demolida ou reabilitada, e suspeitas de desvio de verbas, o histórico edifício vai, definitivamente ser recuperado para poder ser, de novo, escola.

As obras estão agora a decorrer mas no passado recente chegou a ser contratada uma empresa de construção para a reabilitação da escola, tendo a administração do Cazenga disponibilizado ao então empreiteiro cerca de 44 milhões de kwanzas para um trabalho que nunca foi feito.

Esta situação chegou a irritar o governador de Luanda, Sérgio Luther Rescova, que efectuou, em Março último, uma visita de campo ao local e pediu que fosse apuradas responsabilidades, conforme noticiou o NJOnline no dia 23 de Março.

O governador de Luanda orientou o administrador municipal do Cazenga, Albino da Conceição, para que fornecesse ao seu gabinete todos os documentos necessários para se apurarem as responsabilidades em função do que presenciou na ocasião.

Mas parece que tudo está resolvido, apesar de nada ter sido divulgado à imprensa a respeito deste assunto.

Segundo o Mapa de Distribuição Orçamental de Intervenção nos Municípios, o Executivo angolano, através do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), um programa que visa reduzir os níveis de pobreza nos 164 municípios do País, vai investir mais de 315 milhões de kwanzas na reabilitação da escola "Angola e Cuba".

O NJOnline esteve no local e constatou que homens e máquinas já trabalham na reabilitação da escola, cuja empreitada está a cargo da construtura angolana ASA Engineering Services, que tem até ao mês de Fevereiro de 2020 para entregar a obra ao Governo Provincial de Luanda.

Moradores junto a instituição mostram-se satisfeitos com o início da obra de reabilitação da escola "Angola e Cuba", uma das mais antigas do município do Cazenga.

Alguns habitantes contaram ao NJOnline que, depois de uma longa espera por esta reabilitação, agora estão em condições de acreditar que as obras vão estar concluídas no prazo estabelecido e que a escola vai voltar a receber alunos.

A não demolição do edifício agrada aos ex-funcionários da escola que não achavam motivos para que a mesma fosse demolida, uma vez que carecia apenas de reabilitação, facto que ficou comprovado nos estudos feitos pelos especialistas de engenharia.

"Contrariamente o que se dizia, que a escola tremia, os estudos concluíram que as suas fundações estão perfeitas e os boatos eram alimentados por alguns alunos. A sua reabilitação agora esta a acontecer e esperamos que, conforme o placa de execução da obra, ela seja entregue no prazo previsto", disse ao NJOnline, José Manuel Cristóvão, antigo professor da instituição.

De recordar que a escola "Angola e Cuba" já formou vários angolanos que deram continuidade aos estudos em Cuba, no âmbito da cooperação entre os governos de Angola e Cuba, nos anos de 1980, mas a escola encerrou em 2009 devido ao estado de degradação.

Na altura mais de cinco mil estudantes da instituição foram transferidos para as diversas escolas públicas do município do Cazenga. Durante estes anos de encerramento, a escola foi transformada em depósito de lixo, e cada dia que passava a sua estrutura degradava-se mais e mais...