Aquela que seria apenas uma greve pacífica dos taxistas contra o aumento do preço do combustível descambou rapidamente em vandalismo, destruição de bens e assaltos a diversos estabelecimentos comerciais em muitas zonas de Luanda, sobretudo nas zonas suburbanas, onde a revolta dos que protestavam varreu tudo à sua passagem.
A Polícia Nacional está em força na rua, com todos os seus meios e efectivos, a dispersar e reprimir centenas de populares que aderiram à pilhagem e ao vandalismo de bens públicos e privados.
Vários cidadãos ficaram feridos, assim como alguns agentes e oficiais das forças de defesa e segurança que tentam manter o controlo da situação.
As zonas da Samba, Rocha Pinto, Golf II, FTU, Calemba 2 e da Shoprite Palanca, são as de maior confronto entre populares e policias.
A Polícia de Intervenção Rápida (PIR) e outras forças têm dispersado os manifestantes recorrendo a gás lacrimogéneo, granadas de fumo, e, em muitos casos, ao disparo de balas reais para o ar.
Há já vários cidadãos detidos e diversas zonas vandalizadas e destruídas várias lojas de material diverso.
Várias estradas e ruas estão interditadas devido aos actos de sabotagens e de perturbação da ordem pública, com queima de pneus e de contentores.
Dezenas de cantinas e supermercados em diversos bairros foram saqueadas, o que forçou ao encerramento, por precaução, dos armazéns, supermercados e lojas diversas, assim como de bancos comerciais em quase toda a Luanda.
Há centenas de cidadãos a caminharem a pé para casa devido à greve dos taxistas e à falta de transportes públicos, que paralisaram as actividades devido aos actos de vandalização.
Entretanto, muitos cidadãos ouvidos pelo Novo Jornal queixaram-se que a paralisação dos taxistas não deveria transformar-se na destruição de bens, como lojas, viaturas e infra-estruturas públicas, pois essas coisas afectam directamente a o povo, e por isso condenam esta atitude.
A Polícia Nacional (PN) diz que continua a envidar esforços para restabelecer a legalidade e garantir a tranquilidade pública, tendo já efectuado várias detenções, embora não aborde a situação das mortes.
O subcomissário Mateus Rodrigues, porta-voz da PN, disse que os indivíduos detidos serão encaminhados para os órgãos de justiça para a devida responsabilização criminal, mas realçou ser prematuro avançar dados concretos, uma vez que o foco da Polícia está, neste momento, centrado "na reposição total da legalidade e na normalização da ordem pública".
Em quase todas as paragens há enchentes e não há qualquer transporte disponível para os passageiros.