Muitas pessoas, sobretudo estudantes e trabalhadores, preferiram caminhar a pé até aos seus destinos para economizar dinheiro para o regresso, e outros optaram por apanhar autocarros públicos em paragens a abarrotar de gente.
Se nos dias normais de semana tem havido muitos taxistas a encurtarem as rotas para tirar proveito da situação, esta manhã o cenário não foi diferente, e, muitos, continuam com esta prática que deixou encurralados e agastados centenas de passageiros.
Com o aumento do preço da corrida de táxi e do bilhete de autocarro a partir de segunda-feira, o Novo Jornal foi aferir a situação no terreno esta manhã e conversou com dezenas de passageiros que se mostraram com a nova medida governamental.
"Acho isto um desrespeito para com o povo, o qual é o contribuinte para a economia do País. Deveriam ter comunicado a subida do preço do táxi cinco dias ou 48 horas antes da sua implementação", disse Manuel Azevedo, estudante universitário.
Tomás Cassinda e João Leandro, dois funcionários públicos, consideram que "o Governo não está a respeitar o povo soberano, com medidas em cima do tempo".
Outros cidadãos afirmaram que por razões de gestão do dinheiro do táxi, tiveram de caminhar a pé até aos seus destinos, pois desconheciam que o preço do táxi tinha aumentado.
Um agente da Polícia Nacional, em Viana, que pretendia chegar cedo à sua unidade, chegou a discutir com o cobrador no táxi onde seguia viagem por pensar que estivesse a especular o preço.
"Juro que passei vergonha, julgando que o cobrador estivesse a querer roubar as pessoas. Mas logo as pessoas disseram que era verdade", lamentou este agente da polícia, que preferiu não ser identificado.
Como este agente, muitos outros cidadãos se dizem surpresos com a medida da subida do preço do táxi da noite para o dia.
Entretanto, o Novo Jornal percebeu um certo pessimismo na população, em função do preço do táxi subir em razão da subida do preço do gasóleo, e temem dias piores caso o preço da gasolina venha também a registar aumento.
Os táxis azuis e brancos, que têm os depósitos a gasolina, admitem que haverá constrangimentos na corrida caso o preço da gasolina venha a disparar acima dos 500 kz.
Segundo o Governo, os preços de venda ao público dos demais produtos, em regime de preços fixados, nomeadamente a gasolina, o petróleo iluminante e o gás de petróleo liquefeito mantêm-se inalterados.