Mas menos, muito menos previsível, como, de resto, é já a "marca de água" de Donald Trump na gestão da sua política externa, era o que iria o Presidente dos EUA fazer para reagir ao mais avassalador e arriscado ataque dos russos contra a Ucrânia.

E não era previsível porque Trump tem andado ocupado em criar o "chão" para "perfurar" o seu, diz o próprio, merecido Prémio Nobel da Paz, sendo que resolver a guerra na Ucrânia é a sua mais eficaz "broca", o que quer dizer que tem de lidar com luvas de veludo com Moscovo.

Só que, como notam alguns analistas, Trump está à beira de ter de tomar a decisão mais bombástica destes seus primeiros seis meses de mandato, que é desalinhar os EUA do eixo Bruxelas-Kiev e separar-se dos seus aliados europeus para forçar a Ucrânia a aceitar as condições do Kremlin...

Ou desafiar de vez Vladimir Putin, o seu amigo de longa data, que o tem ajudado a lidar com a crise económica interna ao, sem justificação e contraintuitivamente, advogar no seio da OPEp+ o aumento da produção fazendo baixar os preços, exigência de Trump para combater a inflação.

Para já, Trump está muito "insatisfeito" com Putin, e, segundo outros analistas, pode estar à beira de anunciar o regresso em força e sem camuflagens ou retórica "confusiva" do apoio ilimitado a Kiev para a sua guerra com Moscovo.

Isso mesmo deverá ficar claro quando ainda esta semana voltar a receber os líderes europeus na Casa Branca, a segunda vez em duas semanas, embora com o norte-americano, uma certeza seja impossível de ter, que é que uma decisão será tomada...

Mas para os mercados petrolíferos, como assim é há décadas, o que conta para o sobe e desce nos gráficos é a percepção.

E essa é, nesta segunda-feira, 08, que a OPEP+ pode estar a recuar para uma posição mais colada ao controlo dos mercados pela via do corte e não na reposição e que a Rússia deverá voltar, o que pode uma coisa estar ligada à outra, a ser castigada com tarifas e sanções ocidentais mas desta feita motorizadas por Washington e não pelos "falcões" europeus.

E é neste contexto que, apesar de pouco expressivamente, agrada a Luanda, o barril de Brent estava, perto das 10:00 desta segunda-feira, 08, a subir 1,65%, para os 66,58 USD, um ganho relevante mas ainda longe do que Angola precisa para, pelo menos, igualar o valor médio anual com que o Executivo elaborou o seu OGE 2025.

E é bem conhecida a dependência do país das receitas petrolíferas para manter a economia nacional a navegar em águas menos agitadas, o que, para já, não é o caso, as ondas são maiores que o que o '"calado" nacional pode aguentar por um período longo de tempo no meio da tempestade.