Esta manhã, o Presidente da República, João Lourenço, disse que o nome do general, "Kamorteiro" fica para indelevelmente ligado ao fim definitivo do conflito militar em Angola, por ter sido, em nome da UNITA, um dos signatários dos Acordos de Paz para Angola, a 4 de Abril de 2002.

Durante o velório, no Quartel-General do Exército, o Presidente da República destacou que o general Kamorteiro "desenvolveu uma acção meritória a favor da pacificação e do desenvolvimento do País".

Na sua mensagem, o principal partido da oposição, a UNITA, destacou que Karmoteiro soube cumprir com zelo, dedicação e patriotismo as várias missões, destacou-se como comandante da artilharia anti-tanque motorizada, e comandante do comando operacional estratégico nordeste.

"As suas qualidades de quadro político habilidoso e condutor de homens ditaram a sua nomeação para o cargo de chefe do Alto Estado-maior Geral da ex-FALA, (braço armado da UNITA) no período entre 2000-2002", diz uma mensagem da UNITA.

A presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, lamentou que Angola tenha perdido um dos seus filhos com um papel importante na assinatura dos acordos de paz.

O ministro de Estado Chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Furtado, destacou a figura do general "Kamorteiro", afirmando que depois dos acordos de paz trabalharam junto no processo de aquartelamento das forças mistas.

"O general Kamorteiro é um dos pilares para a conquista da paz definitiva em Angola e um exímio conhecedor da arte militar", frisou

Segundo o Jornal de Angola, o resultado da autópsia feita ao corpo do general "Karmorteiro" aponta para um enfarte do miocárdio.

De acordo com uma informação citada pela TPA Notícias, a realização da autópsia ao corpo do general "Kamorteiro" contou com a participação de dois médicos de medicina legal do Serviço de Investigação Criminal (SIC), um do Hospital Militar, dois indicados pela família, do director da Polícia Judiciária Militar e do procurador militar adjunto.

Nascido em 1958, na província do Bié, desempenhou, entre outros, o cargo de responsável máximo do alto comando das Forças Armadas de Libertação de Angola (FALA), então braço militar da UNITA.

Após a assinatura do Memorando de Entendimento Complementar ao Protocolo de Lusaka, em Luanda, já enquadrado nas Forças Armadas Angolanas (FAA), dedicou-se a terminar os seus estudos, tendo feito uma licenciatura em História, e, posteriormente, o mestrado em História de Angola, no Instituto Superior de Ciências de Educação (ISCED).