O Novo Jornal apurou, junto de fonte da Polícia Nacional na província do Cunene, que alguns cadáveres estão em estado decomposição por causa do mau estado das câmaras frigoríficas e da sobrelotação do espaço destinado para vítimas da Covid-19 que está pensado para três corpos e já ali estão oito.

"Esse é um assunto que nos tira o sono, porque muitas vezes os familiares não aparecem para falarem connosco e instruirmos sobre as regras dos funerais, porque a obrigação das famílias, simplesmente é a obtenção do caixão", denunciou, o coordenador da Comissão de Gestão do Hospital Municipal do Kwanhama, Eduardo Aiomba.

O responsável, citado pela RNA, revelou que o espaço na morgue indicada para acolher mortos por Covid-19 está sem lugares vagos e acrescentou que vão recorrer a procedimentos legais mesmo na ausência dos familiares para realização dos funerais.

"Quanto aos funerais, a administração municipal responsabiliza-se,", adiantou. "Imagine oito corpos? Três gavetas para três corpos, o resto fica no chão".

A direcção do Hospital Municipal do Kwanhama está a colaborar com o Serviço de Investigação Criminal (SIC) Cunene para agilizar a resolução deste problema.

"Vamos dar mais 24 horas, se não haver resposta por parte dos familiares, a direcção do hospital, com a autorização do SIC-Cunene, vai resolver essa situação quem tem sido muito preocupante", descreveu, destacando que este anúncio não serve simplesmente para as famílias que tem entes queridos na morgue, "mas para que no futuro não se repitam estes casos.